Mólecula encontrada no grão mata as células cancerígenas sem agredir as sadias
Pesquisadores da UnB (Universidade de Brasília) descobriram no popular feijão-de-corda uma nova alternativa para o tratamento de câncer de mama. De acordo com um estudo realizado no Instituto de Ciências Biológicas da universidade, uma molécula chamada BTCI, que é encontrada no grão, mata as células cancerígenas sem agredir as células sadias. As informações são da UnB Agência.
De acordo com a professora Sônia de Freitas, que coordenou o estudo, a BTCI é de uma classe de substâncias importantes em diversos eventos celulares, como resposta na infecção por bactérias e fungos e na coagulação.
Sônia explica que essa molécula do feijão-de-corda fragmenta o DNA das células doentes. Isso altera a integridade da membrana e do núcleo e cria estruturas que digerem o conteúdo das células.
Ainda de acordo com os estudos, a BTCI inibe a atividade de três enzimas - tripsina, caspase e a quimotripsina-like do proteassoma, um complexo de proteína que está relacionado à regulação do ciclo celular.
- O proteassoma é peça fundamental na divisão de células cancerígenas.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode garantir um tratamento com menos efeitos colaterais do que os adotados atualmente, como a radioterapia e a quimioterapia – esses dois tratamentos podem causar a morte de células sadias. O câncer de mama atinge 49 mulheres em cada 100 mil no Brasil, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer).
A descoberta foi feita na dissertação da aluna Graziella Joanitti, que realizou testes em laboratório. Além de Sônia, a pesquisa também foi conduzida pelo professor Ricardo de Azevedo, do Departamento de Morfologia. Sônia estima que serão necessários mais quatro anos para realizar estudos em humanos.
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