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domingo, 24 de abril de 2011

Fair play: a químio e eu

O jogo é assim: eu respeito a químio e ela me cura. Ela pode me deixar prostrada, de ressaca, cansada, irritada, careca, inchada com “efeito baiacu”, com a pele seca, as unhas fracas, com baixa imunidade, me afastar das pessoas, dos prazeres, dos passeios, me levar ao hospital... MAS ELA ME CURA. E formamos uma dupla eficiente. Nunca reclamei dela. Pelo contrário, sempre tive certeza de que ela era indispensável pra que eu me sentisse mais protegida e segura. Custasse o que custasse. E esse é o tipo de jogo que não tem perdedor.
Falando nisso, achei o texto abaixo num dos blogs visitados. Me encantei. Tomei a liberdade de inseri-lo.

ESTRANHA AMIZADE ...

Tinha tanto medo de te conhecer. Sempre que falavam de ti era pra dizer coisas horríveis, falavam que eras tudo de ruim.
Tinha pavor de saber que um dia poderia te conhecer.
Mas como a vida trás surpresas, fomos obrigadas a sermos apresentadas.
Nossa! Como foi difícil aceitar a idéia que iria conviver contigo. Perdi o sono. Fiquei nervosa. Chorei demais. Só de pensar que essa convivência seria inevitável.
Lembro-me que no primeiro dia que fomos apresentadas tremi nas bases, pensei mil coisas, rezava, pedia a Deus pra não seres tão má comigo.
Passados sete meses convivendo contigo, vi que não eras aquilo que me fizeram acreditar; hoje passastes a fazer parte da minha história de vida.
Sei que me maltrataste, me transformaste, me deixaste sem cabelos, sem cílios, sem sobrancelhas, gorda, sem imunidades, enfim tudo de ruim.
Ah! Como me deixaste feia! Quantas furadas levei!!
Não queria te ver, mas só o fato de não poder te encontrar na data marcada já ficava em pânico, que coisa maluca! Queria você de todo jeito. Como era estranho esse sentimento dentro de mim.
Hoje, minha amiga, é dia de dizer adeus. Despeço-me de ti. Não vou dizer que vou sentir saudade tua, seria hipócrita demais. Espero não precisar nunca mais de ti, mas te agradeço por tudo.
Entendi que enquanto me maltratavas estavas dando minha cura, mais uma chance de viver.
Não vamos nos despedir com lágrimas, mas com sorrisos de alegria de vitória e de missão cumprida, colocando na balança, sei que o saldo foi positivo.
Quero que continues fazendo amizades com quem precisa da tua ajuda, embora eu não deseje nem ao meu pior inimigo que venha a experimentar-te. Que a tua atuação possa ajudar a curar milhares de outras pessoas e que todos entendam e gostem de ti assim como eu aprendi a gostar. Tenho certeza que terão o mesmo sentimento que tenho por ti hoje: gratidão!
Saibas que já esqueci tudo de ruim que fizestes comigo, e só me resta dizer que foste para mim uma amiga inesquecível!
Adeus minha amiga QUIMIOTERAPIA, e muitíssimo obrigada por tudo.

Cristiane Silva -
Esta carta fiz em agradecimento a tão temida quimioterapia. E para que as pessoas que ainda vão passar por ela não a temam tanto, ela não é tão má quanto falam. Imaginem se ela não existisse o que seria de nós?!” 
(http://cristianefsilva.blogspot.com/)


“O que não provoca a minha morte faz com que eu fique mais forte” - Friedrich Nietzsche

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