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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cheguei em casa e abri a geladeira pra pensar

Era hora do almoço. Cheguei em casa ainda desnorteada, pra pegar a mala pois, naquela noite, iria pra Sampa. No dia seguinte era a festinha de dez anos do meu sobrinho Angelo, que seria no salão do prédio da minha mãe.

Não sabia se pegava a mala, se chorava, se abria a geladeira pra pensar. Aí, tive o insight de ligar pra minha amiga Miriam, em São Paulo, que havia passado pela mesma situação anos atrás e que, certamente, entenderia como eu estava e teria alguma coisa boa pra dizer. Quando comecei a falar com ela, mesmo ouvindo as palavras certas, no tom certo e confiando na sua experiência de superação, mal conseguia falar. Um nó - daqueles bem enroladinhos - amarrava a minha garganta. Depois de alguns minutos de prosa, ela conseguiu me deixar mais tranquila.

Um pouquinho depois, toca a campainha de casa: Carol (“filhota” da Acme). Ela não quis me deixar sozinha, depois do doce torpedinho. Pegamos a mala e fomos pra Mútua - eu sairia de lá no fim do dia diretamente pro aeroporto.

Cheguei na Mútua e quando entrei na Acme foi uma choradeira contida. Nem eu nem o pessoal sabíamos se era pra chorar, abraçar, falar alguma coisa ou simplesmente trabalhar, como se nada tivesse acontecido. Foi esse clima até o final do dia, quando segui pro aeroporto.


“Existem tantas noites como dias e cada uma dura o mesmo que o dia que vem depois. Até a vida mais feliz não pode ser medida sem alguns momentos de escuridão; e a palavra ‘feliz’ perderia o sentido se não estivesse equilibrada pela tristeza.” - Carl Jung

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